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Câmara vai consultar TRE para definir convocação de suplente de vereadora afastada por suspeita de envolvimento com facção em Teresina

Procurador-geral da Câmara afirma que o primeiro suplente de vereador do PSB, partido da vereadora, deve ser convocado somente após 60 dias. Entretanto, há i...

Câmara vai consultar TRE para definir convocação de suplente de vereadora afastada por suspeita de envolvimento com facção em Teresina
Câmara vai consultar TRE para definir convocação de suplente de vereadora afastada por suspeita de envolvimento com facção em Teresina (Foto: Reprodução)

Procurador-geral da Câmara afirma que o primeiro suplente de vereador do PSB, partido da vereadora, deve ser convocado somente após 60 dias. Entretanto, há interpretações que apontam que a convocação deve ser imediata. Enzo Samuel explica quem deve assumir o lugar da vereadora Tatiana Medeiros O presidente da Câmara Municipal de Teresina, vereador Enzo Samuel (PDT), afirmou que a Casa vai consultar a Justiça Eleitoral para definir o prazo de convocação do suplente da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa pela Polícia Federal e afastada do cargo suspeita de ter tido a campanha financiada por uma facção criminosa. ✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp Em entrevista à TV Clube, nesta segunda-feira (7), Enzo destacou que há diferentes posicionamentos jurídicos a respeito do afastamento da vereadora. O procurador-geral da Câmara, Pedro Rycardo Couto, declarou que o suplente só pode ser convocado depois de 60 dias, enquanto outras interpretações apontam que a convocação deve ser imediata. “Há essa divergência a nível nacional porque a discussão é se o cargo em aberto está vago ou não. A Câmara vai consultar o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) porque entende que a decisão deve ser minuciosa em relação à convocação, ao pagamento da vereadora e ao gabinete dela”, disse o presidente. Tatiana Medeiros, vereadora de Teresina pelo PSB Reprodução/Instagram O primeiro suplente do PSB em Teresina é o professor Leôndidas Júnior, que recebeu 2.262 votos nas eleições municipais de 2024. Procurado pelo g1, ele não quis comentar o assunto. Enquanto o suplente não assumir e a vereadora não for cassada e perder o mandato, a Câmara da capital, composta por 29 vereadores, ficará com um parlamentar a menos. O que diz o regimento interno da Câmara? Em seu capítulo 2º, o regimento interno da Câmara de Teresina trata da “interrupção do exercício da vereança e das vagas”. O artigo 87 deste capítulo prevê: Em qualquer caso de vaga, licença, investidura no cargo de Secretário Municipal, Secretário ou Ministro de Estado ou Licença Maternidade, o Presidente da Câmara Municipal convocará imediatamente o respectivo suplente, observados os prazos estabelecidos neste Regimento. No parágrafo 1º do artigo, o regimento destaca que o suplente deverá tomar posse dentro do prazo previsto para o vereador a partir do conhecimento da convocação. Antes, o parágrafo 7º do artigo 83 define o prazo superior a 60 dias, citado pelo procurador-geral da Câmara, para os seguintes casos: Doença pessoal ou de cônjuge, ascendentes ou descendentes diretos, devidamente comprovada por atestado médico por até 15 dias; Laudo pericial de junta médica oficial, se superior a 15 dias; Licença-maternidade ou licença-paternidade; Afastamento para o desempenho de missão cultural ou política, de caráter temporário e de interesse do município, em prazo não superior a 60 dias. Nenhum dos casos reflete a situação específica de Tatiana Medeiros, afastada pela Justiça por suspeita de crime eleitoral. "A gente entende que a hipótese dos 60 dias seria [aplicada] naqueles casos em que o próprio vereador requer uma licença para tratar de interesses pessoais, o que não vem ao caso. Existe uma tese de que o mandato em eleições proporcionais não pertence ao vereador, mas ao partido pelo qual ele foi eleito", explicou a advogada eleitoral Gleiciara Borges. A advogada ressaltou ainda que, para manter a representação do partido dentro da Câmara, é necessário que a convocação do suplente seja feita. O g1 pediu um posicionamento da direção municipal do PSB, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. Vereadora presa Prisão de Tatiana Medeiros: conversas da vereadora mostram como funcionava esquema A vereadora Tatiana Medeiros foi presa pela Polícia Federal, na última quinta-feira (3), suspeita de ligação com uma facção criminosa atuante em Teresina. Ela passou por audiência de custódia na sexta-feira (4) e teve a prisão mantida pela Justiça Eleitoral. Por ser advogada, Tatiana está detida no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar do Piauí (PMPI), na Zona Sul da capital. Ela é investigada pelos crimes de compra de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em âmbito eleitoral. LEIA TAMBÉM: 'Gastei R$ 1 milhão' e 'o cargo é nosso': as mensagens apreendidas pela PF no inquérito de Tatiana Medeiros Além do afastamento do cargo de vereadora, o TRE-PI proibiu que ela e outros dois investigados – uma ex-assessora parlamentar e o padrasto de Tatiana, Stênio Ferreira – frequentam os locais em que trabalhavam e mantenham contato com os servidores da Câmara, da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi). Tatiana fez a estreia na política em outubro de 2024, quando foi eleita para o primeiro mandato na Câmara de Teresina com 2.925 votos. A parlamentar é natural da capital piauiense e atua também como advogada e filantropa na ONG Vamos Juntos, que teve as atividades suspensas pela Justiça. 📲 Confira as últimas notícias do g1 Piauí 📲 Acompanhe o g1 Piauí no Facebook, no Instagram e no X VÍDEOS: assista aos vídeos mais vistos da Rede Clube